Em 1997 os caminhoneiros ganhavam uma companhia nova. Não era alguém sentado ao lado na cabine do caminhão, mas uma voz que saía do rádio. Um programa feito especialmente para eles e que neste mês de janeiro de 2022 completa 25 anos: o SOS Caminhoneiro, que está no ar ininterruptamente desde então.
O programa é o único do gênero em todo o Rio Grande do Sul e é transmitido para um público de mais de 1 milhão de ouvintes. Inicialmente, o SOS Caminhoneiro era transmitido pela Rádio Gaúcha, às 6h. Hoje, está espalhado por emissoras em todo o Estado e também se renovou: é disponibilizado diariamente na internet através do Spotify da FECAM-RS. A parceria com a entidade surgiu há cerca de 10 anos, com o então presidente Dal Lago.
Quem marca a maior parte desses 25 anos do SOS Caminhoneiro é a voz única e inconfundível de Francisco Dias, que de segunda a sexta-feira segue no comando do programa e leva as notícias e atualizações mais importantes para a vida de quem roda as estradas do Brasil. Nesta entrevista com Francisco Dias, vamos conhecer mais sobre como iniciou essa história e tudo o que o SOS Caminhoneiro representa até hoje!
Como surgiu a ideia de um programa para caminhoneiros?
Francisco Dias: A ideia nasceu durante a tradicional festa dos caminhoneiros, na cidade de São Marcos, há mais de 20 anos, pelo então deputado estadual Francisco Appio, que ao ser eleito para a Assembleia Legislativa, convidou-me para substituí-lo na produção e apresentação do SOS Caminhoneiro que era apresentado apenas pela Rádio Gaúcha. Com a mudança da grade de programação daquela emissora, obrigou-nos a migrar para as emissoras do interior, onde estamos presentes hoje em 66 delas.
O SOS Caminhoneiro, essencialmente, noticia fatos e ocorrências do dia a dia dos transportadores com intuito de mantê-los informados a respeito de assuntos que são de seu interesse.
Quais os momentos mais marcantes que você lembra de ter repercutido ao longo desses anos?
FD: O achado de caminhoneiros desaparecidos ou mortos pelo crime organizado, cujo trabalho era executado com a parceria das Polícias Rodoviárias.
Como é o reconhecimento dos caminhoneiros no dia-a-dia. As novas gerações também acompanham o SOS Caminhoneiro?
FD: Creio que sim, porque o brasileiro não vive sem rádio. E o rádio tem sido seu melhor companheiro, porque sabem que, sintonizados com o SOS Caminhoneiro, eles ficam a par de fatos que ocorrem nas estradas, muitas vezes com orientações, para ter uma viagem mais tranquila; as medidas governamentais relativas às mudanças da legislação; Código Brasileiro de Trânsito, acidentes, entre outros.
Com as mudanças tecnológicas e as novas plataformas online, como o programa procura se atualizar e se manter ativo?
FD: Fazendo contatos com Sindicatos, Federações, Associações, órgãos do governo, como ANTT, Ministério do Desenvolvimento, Sites, e muitas vezes com os próprios caminhoneiros que interagem conosco.
O que levou você a ser a “VOZ” do SOS Caminhoneiro até hoje, e como era sua vida antes do programa?
FD: Nasceu de uma preocupação com essa categoria que até então não tinha um meio de informação segmentada nos moldes como é apresentado, ou seja, um noticiário breve, condensado, resumido, mas que dissesse tudo que fosse do interesse do caminhoneiro, dentro de um estilo imparcial, ajuizado.
Complementando a pergunta de como era minha vida antes do programa? Respondo: sempre estive ligado a empresas de comunicação, profissão que exerço há 40 anos e que tem me notabilizado, especialmente no meio dos caminhoneiros a quem sou muito grato pela audiência todas as manhãs em 66 emissoras do interior do nosso Estado, e à rádio Nova Líder FM, da Rede Catarinense de Rádios, de Herval do Oeste. É importante assinalar, também, o apoio que sempre tivemos da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS e de nosso patrocinador Transpocred, a única cooperativa de crédito do segmento de transporte do Brasil. A Fecam, Transpocred e aos caminhoneiros sou reconhecido pela confiança e a parceria que mantemos há muitos anos.