Recentemente, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgou a estimativa de que a safra 2022/2023 no estado do Paraná será de 46,85 milhões de toneladas em uma área de 10,84 milhões de hectares. Um dos destaques é a produção de soja e milho, com 22,34 milhões de toneladas de soja apenas na primeira safra.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar), Antonio Ruyz, afirma que a perspectiva para os próximos 10 anos no país é de aumento na produção em mais de 30%. “Será um volume muito significativo. E nossa maior preocupação, pensando no futuro, é a falta de infraestrutura. Infelizmente, nosso país tem expandido suas fronteiras agrícolas, mas nossa infraestrutura não tem acompanhado. Portanto, nossa maior preocupação é a falta de investimentos no transporte rodoviário, ferroviário e portuário. Precisamos nos tornar cada vez mais competitivos em relação ao restante do mundo. O Brasil precisa de investimentos urgentes em infraestrutura logística.”
Há também boas perspectivas para a produção de cereais de inverno, que, somados, podem resultar em 5,5 milhões de toneladas. Já para a produção de feijão estão previstas 553,5 milhões de toneladas, volume 1% menor do que na safra anterior, em uma área de 299,1 mil hectares, 12% menor.
A balança comercial do nosso país se sustenta há vários anos devido ao agronegócio, então o transporte dos commodities é de suma importância. Ter uma abundância, seja da região Sul do país, no Centro-oeste ou na região Norte, impacta e gera muita movimentação de produtos. Quando você tem uma safra cheia, você tem uma oportunidade de transporte cada vez maior”, afirma Ruyz.
De acordo com o Ministério dos Transporte, o Brasil possui mais de 75.000 km de rodovias, e uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) avalia que 87% dessas vias estão em más condições. Além disso, também há falta de infraestrutura portuária e ferroviária, gerando um custo alto ao país.
“Os impactos que temos, principalmente no período de safra, são em relação à questão portuária. Muitas vezes, você tem uma ou duas regiões colhendo ao mesmo tempo. Nisso você encontra gargalos nos portos que não estão preparados em termos de infraestrutura para receber esses volumes que vêm crescendo. O Brasil tem aumentado sua produtividade a cada ano, mesmo com a mesma quantidade de plantio e a mesma capacidade de terra para plantar. No entanto, nossa infraestrutura, principalmente a portuária, não tem acompanhado essa evolução, fazendo com que muitas vezes os caminhões fiquem sem poder descarregar”, complementa o presidente.
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