Olá, meninas! Quantas vezes, vocês já ouviram que não poderiam fazer algo por serem mulheres? Antigamente, isso era muito comum, mas há tempos isso vem mudando. Afinal, lugar de mulher é onde ela quiser e se sentir bem, não é?! E, para provar que esta afirmação é verdadeira e que toda mulher deve buscar seus sonhos, vamos apresentar uma história muito inspiradora!
A Sandra Vereda de Araújo, de Santo André-SP, desde criança já demonstrava seu amor pelos veículos grandes. Quando tinha 5 anos, saía andando pela rua até encontrar uma avenida onde passavam caminhões, só para admirar.
“Foi assim que meu pai me contou e eu me lembrei do momento em que começou minha paixão por caminhões. O tempo passou e trabalhei em vários setores: balconista, operadora de máquinas, promotora de vendas… Até que um dia acordei com uma frase na cabeça: ‘Até quando você vai vender alface no mercado?’. Foi meu filho quem disse isso para mim e foi aí que lembrei do meu sonho de infância. Não havia nenhum caminhoneiro na minha família, mas senti uma determinação que nem eu sabia que tinha. Pedi demissão, investi tudo o que tinha para mudar a categoria da minha habilitação e fazer cursos. Ouvi muitos “nãos” e muita gente dizendo que eu estava louca, que aquilo não era coisa para mulher. Mas insisti tanto que a primeira empresa me aceitou na van. Fiquei lá até surgir uma nova oportunidade em outra empresa. E olha só, uma escolinha prática, agora no ônibus! Agarrei a oportunidade e, em meio a 20 mulheres, fui a única contratada.
Fiquei 10 anos no ônibus, até que uma gestão machista decidiu que não queria mais mulheres na empresa. Depois de passar por algumas situações difíceis, fui demitida. Mas outra empresa me contratou para trabalhar com caminhão truck. Foi lá que aprendi sobre a vivência nas estradas, viajava muito e ali percebi meu melhor sorriso, minha realização plena.
Determinada a querer mais, mudei meu perfil no Infojobs e logo apareceu a oportunidade tão sonhada: uma vaga feminina para trabalhar com carreta. Fui para o teste e entrevista com o dono e, detalhe, nunca tinha dirigido uma carreta antes. Falei isso pra ele, mas ele queria alguém com experiência. Mesmo assim, não desisti, mandava mensagem todos os dias, até que ele respondeu. Ele disse que a mulher que havia contratado com experiência não tinha dado certo e perguntou se eu podia indicar alguém. Sem pensar duas vezes, disse: ‘Eu sou essa pessoa e tem mais: se eu não conseguir, mudo de profissão’. Ele perguntou se eu tinha certeza e eu respondi: ‘Tenho!’.
Foi assim que consegui a vaga, com muita determinação. Ele fazia o sinal da cruz, mas me confiou a sua carreta nova, um Axor 2544, que transportava 33 toneladas. Não o decepcionei, cuidei bem do equipamento com muita direção segura. Hoje, posso dizer com clareza que amo minha profissão, mesmo com todos os desafios que enfrentamos como mulheres. Mas também recebo carinho e apoio, especialmente do Movimento A Voz Delas, no qual me identifico em apoiar e engajar mulheres a saírem da zona de conforto e buscarem, com determinação, a realização de seus sonhos. Seja no ônibus ou no caminhão, o importante é o que sentimos: amor pela nossa profissão. E fica aqui minha palavra para todas vocês: nem imaginam a força que existe aí dentro. E não estou falando de força física, mas de determinação. Todas nós somos capazes de executar com maestria nossa profissão. Acreditar em você é o início de tudo. É saber que você tem voz. Então, solte sua voz e vá em direção ao sucesso.
Imagina eu, de vendedora à caminhoneira, sempre acreditando no impossível, o que para muitos é improvável. Ouvi minha voz e fiz muitos também ouvirem até chegar aqui. E, pensando nas frases que ouvi, somos imparáveis. E é verdade, somos simmmm!”.
Fonte: A Voz Delas