A mobilização de SC para auxiliar o Rio Grande do Sul durante a enchente histórica

O governador Jorginho Mello determinou de imediato que os órgãos estaduais prestassem todo do socorro necessário ao estado vizinho

O trabalho do CBMSC foi além dos resgates e firmou parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. Por meio do serviço aeromédico, em conjunto com o Samu Aeromédico (SES/SAMU) e com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), foram transportadas 1.400 bolsas de sangue e medula óssea.

Foram dois voos, um saindo de Florianópolis e outro de Joaçaba. Outra ação fundamental foi o transporte aeromédico de pacientes, medicamentos, materiais e insumos, além de toda a corrente de doação de sangue organizada pela Secretaria da Saúde e que a população catarinense abraçou a causa e compareceu aos postos para doar.

E a missão por terras gaúchas foi cumprida por inúmeros heróis anônimos que levaram o nome de Santa Catarina com orgulho e empatia. Um deles foi o sargento Barbosa, que tem mais de 30 anos de trabalho no CBMSC. Ele atuou no resgate de pessoas e animais em Matias Velho, bairro da cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.

“É uma honra porque a gente veste a nossa camiseta do bombeiro. E é uma honra representar e dizer que Santa Catarina está com o efetivo pronto para qualquer emergência”, disse o militar. 

As polícias Civil, Científica e a Secretaria da Administração Prisional também colaboraram para amenizar as perdas e o sofrimento do Rio Grande do Sul. A PCSC enviou 161 policiais, sendo 152 policiais civis – entre psicólogos, escrivães; agentes de polícia e delegados e outros nove policiais deram apoio para as equipes que estavam lá no RS. Foram usadas 45 viaturas e uma aeronave para patrulhamento de áreas alagadas, resgates e ajuda humanitária.

As equipes da Polícia Científica foram mobilizadas a partir de três cidades, Florianópolis, Joinville e Chapecó, para atuação na região do Vale do Taquari, especificamente no Posto de Medicina Legal (PML) de Lajeado e PML de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul. Foram disponibilizadas quatro viaturas empenhadas e oito servidores.

Já a Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa ajudou o Rio Grande do Sul com 52 Policiais Penais e 10 viaturas, dando suporte aos policiais penais gaúchos.

Defesa Civil

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil atuou em três frentes durante todo processo de assistência ao Rio Grande do Sul: auxílio a operações, assistência humanitária e auxílio ao comando de operações. Foram enviados profissionais e uma unidade de comando ao estado vizinho. Na operação de assistência humanitária, os profissionais da Defesa Civil fizeram o trabalho de orientação na coleta e o transporte de itens essenciais para as áreas afetadas. Desde o início das operações foram enviados ao Rio Grande do Sul 2.090 toneladas de donativos.

Assistência Social

A Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família (SAS), por meio dos municípios, especialmente os que fazem divisa com o Rio Grande do Sul, recebeu e acolheu os refugiados climáticos após as enchentes que devastaram o estado vizinho. O trabalho incluiu a orientação sobre o acesso aos benefícios da Assistência Social, como aluguel social, cesta básica, entre outros. Além de parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) para encaminhar os gaúchos que chegam nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) para o mercado de trabalho. O encaminhamento foi feito com a plataforma Emprego Já.

Em outra frente a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) adotou 10 escritórios da Emater-RS, empresa gaúcha que tem atribuições parecidas com a catarinense. A iniciativa arrecadou móveis e equipamentos para reconstruir as sedes físicas de 10 municípios.

Logística

O Governo de Santa Catarina e a Latam também estabeleceram uma parceria para contribuir com a logística de doações destinadas ao Rio Grande do Sul. As Secretarias de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) e de Proteção de Defesa Civil atuaram diretamente com a empresa aérea que mantém o programa Avião Solidário. O objetivo foi fazer com que os donativos que vieram da região central do Brasil fossem transportados até os Aeroportos de Florianópolis e Jaguaruna e depois seguissem por via terrestre até o estado vizinho.

 Abastecimento

Água

A solidariedade também chegou aos serviços essenciais do Rio Grande do Sul. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) esteve presente com o envio de uma equipe de eletromecânica de Criciúma para Canoas, no dia 5 de maio. Os funcionários levaram um equipamento de motobomba e mais três bombas de dragagem para reativar a Estação de Tratamento de Água, alagada pelas cheias. A Companhia também enviou 152 mil litros de água em caminhões pipa. Mas a ação mais duradoura da Casan em solo gaúcho aconteceu na retomada da atividade da Estação de Bombeamento de Água Bruta Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

A Estação enviava água para o tratamento e colaborava diretamente com o abastecimento de 150 mil pessoas, incluindo o Centro Histórico e cinco hospitais. Com as enchentes, motores foram danificados e a Estação foi alagada. Graças ao apoio de seis colaboradores e dois caminhões munck, a área foi drenada, equipamentos foram consertados e dois novos motores levados e instalados para recuperar a vazão de água do local.

Luz

A Celesc também esteve presente com mais de 60 profissionais para auxiliar na recomposição do sistema elétrico do Rio Grande do Sul, que foi gravemente afetado pelas enchentes. Foram 10 caminhões e 50 eletricistas, além de técnicos, pessoal de apoio logístico e engenheiros. Eles atuaram em diferentes regiões respondendo por mais de 60 serviços de campo em 35 comunidades, pela instalação de 57 novos postes, a reimplantação de outros dez e a construção de uma nova rede totalmente reconfigurada, com a colocação de mais de 22 km de cabos. Além disso houve atividades de restabelecimento da energia em regiões de enchente, com a recomposição de alimentadores e a reenergização de transformadores, além do atendimento de emergências, como cabos partidos, por exemplo.

Na última semana de atuação, a Celesc ampliou ainda mais a sua ajuda ao Rio Grande do Sul. Por meio de uma solução tecnológica, as equipes catarinenses em território gaúcho conseguiram otimizar tempo e recursos. Os técnicos da Celesc têm usado o software Kaffa Espresso para importar informações georreferenciadas sobre os municípios gaúchos afetados pelas cheias e deslizamentos. O software já é usado em nossa área de concessão, mas precisou de ajustes para ser utilizado também no RS.

Gás

O conjunto de ações de ajuda do Governo de Santa Catarina ao Rio Grande do Sul também contou com a SCGÁS. O órgão ofereceu apoio para a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), mobilizando técnicos, veículos e equipamentos essenciais para ajudar na recuperação das áreas afetadas. As iniciativas incluíram assistência operacional e logística para permitir a inspeção de equipamentos e religação de consumidores impactados. A companhia disponibilizou um volume de 100.000 m³/dia de gás natural através de manobras para deslocamento de consumo entre Estações de Transferência de Custódia da SCGÁS, ajudando a manter a segurança operacional no transporte de gás natural.

Alimentos

A Central de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) também contribuiu para o abastecimento de alimentos no Rio Grande do Sul. Além disso, prestou todo o suporte necessário aos caminhoneiros vindos do estado vizinho enquanto a Ceasa de Porto Alegre esteve fechada.

A sede catarinense também ofereceu suporte para os caminhoneiros com banheiros e chuveiros, além de entrada antecipada nos pátios e entrega de contatos dos permissionários e agricultores, facilitando e agilizando a comunicação entre o caminhoneiro do RS e do agricultor catarinense.

Fonte: Aragauia FM

 

 

 

 

 

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